Polícia reconstitui crime em JP
Reconstituição do assassinato do engenheiro Oswaldo Neiva Filho durou cerca de duas horas; suspeito se recusou a participar.

Policiais da Delegacia de Crimes Contra a
Pessoa, peritos criminais, familiares, testemunhas e advogados
participaram ontem da reconstituição do assassinato do engenheiro civil
Oswaldo Neiva Filho, em condomínio de luxo em João pessoa.
A reprodução simulada se estendeu por cerca de duas horas e foi
realizada na tentativa esclarecer dúvidas e levantar provas sobre os
fatos que aconteceram no dia do crime. O assassinato do engenheiro
aconteceu no dia 26 de dezembro do ano passado.
O acusado do crime, o policial rodoviário federal aposentado Mozar Ribeiro, se recusou a participar da reconstituição.
Segundo a delegada Roberta Gouveia Neiva, que está à frente do
inquérito policial, apesar da ausência do acusado, que permanece preso,
em cumprimento a mandado de prisão, na 4ª Companhia de Polícia, em
Cabedelo, a reprodução do crime é uma peça importante. “É preciso fazer o
máximo de diligências para que haja uma verossimilhança dos depoimentos
com os fatos que aconteceram realmente. A reprodução simulada vem para
extirpar qualquer tipo de dúvida que possa existir”, declarou a
delegada.
A reprodução do crime foi conduzida pela perícia e a delegada Roberta
Gouveia. A imprensa não teve acesso ao local da reconstituição, segundo
a delegada, por restrição do condomínio e para não tumultuar o cenário
do crime. “ A reprodução é uma coisa técnica e procuramos não tirar da
rotina o condomínio”, esclareceu.
De acordo com o roteiro, a reconstituição começou no mercadinho que
fica dentro do condomínio, onde a vítima, Oswaldo Filho, e o acusado,
Mozart Ribeiro, teriam bebido na companhia de amigos na tarde do dia 26
de dezembro. No estabelecimento, teria havido uma discussão entre e a
vítima e o acusado que teria desencadeado a fúria do policial
rodoviário.
Após a reconstituição do que acontecera na parte externa à residência
da vítima, os policiais civis se deslocaram para a casa do engenheiro
assassinado. Ele foi morto dentro do próprio quarto, com três tiros na
cabeça pelo policial rodoviário após ter a casa invadida. Segundo
relatos de testemunhas à polícia, após a discussão o policial teria ido
pegar a arma usada no crime em casa, que também fica no condomínio de
luxo e, em seguida, teria invadido a residência do engenheiro e atirado
contra ele.
Apesar de sair do condomínio logo após o crime, o policial rodoviário
federal aposentado foi preso quatro dias depois do acontecido. Ele se
entregou à polícia no último dia 30 e foi levado para a 4ª Companhia.
Em depoimento, Morzart Ribeiro confessou que cometeu o crime, mas
alegou ter sofrido um lapso de memória e não lembrar o motivo. Conforme
declarou em depoimento, o policial aposentado lembra apenas do momento
da discussão e do que aconteceu depois de efetuar os disparos. Ele ainda
admitiu ter consumido bebida alcoólica na companhia da vítima e de
outras pessoas e informou que permaneceu na casa de parentes depois do
acontecido. O advogado do acusado, Sheyner Asfora, descartou a hipótese
do crime ter sido premeditado.
INQUÉRITO
A delegada Roberta Gouveia pretende concluir o inquérito policial até
o próximo dia 7. Após a realização da reprodução simulada do crime, ela
deve encartar os laudos periciais ao inquérito, anexar o relatório da
reconstituição do crime e remeter os documentos para o Judiciário com o
indiciamento do acusado por crime de homicídio qualificado.
“O inquérito tem até o dia 10 de janeiro para ser concluído. O prazo é
de 10 dias após a prisão do acusado, mas eu quero concluir até o dia 6
ou, no máximo, dia 7 o inquérito para remeter os autos à Justiça”,
conclui a delegada Roberta Gouveia.
Luzia Santos/JPB
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