Senado discute federalização de crimes contra jornalistas
A
transferência para a esfera federal dos julgamentos de crimes contra
jornalistas, discutida nesta terça-feira (18) em reunião no Ministério
da Justiça, está sendo examinada no Senado desde 2010.
A matéria relatada pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), encontra-se na
pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Um texto
substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/2010, foi
apresentada pelo então senador Roberto Cavalcanti.
O substitutivo foi apresentado pelo relator da matéria e atual
presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo. Em seu relatório, Vital
rejeitou a federalização automática desse tipo de crime, que voltou a
chamar a atenção da sociedade com a morte do cinegrafista Santiago
Andrade, há oito dias, durante protesto no Rio de Janeiro.
Em relatório à PEC 15/2010, o senador Vital do Rêgo propõe que os crimes
contra jornalistas sejam levados à instância Federal só no caso de
ferirem a liberdade de imprensa e por meio de um mecanismo
constitucional chamado deslocamento de competência (IDC).
A Constituição prevê que esse recurso só pode ser requerido pelo
procurador-geral da República. Vital propõe que outros atores também
possam ingressar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com ação pedindo o
deslocamento de competência. São eles o ministro da Justiça; o
governador de Estado ou do Distrito Federal; o presidente do Tribunal de
Justiça estadual ou do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios; o procurador-geral do Ministério Público Estadual ou do
Distrito Federal e Territórios; o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; e o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do
Brasil.
A proposta de federalização prevista na PEC foi debatida pelo ministro
José Eduardo Cardozo com representantes da Associação Nacional de
Jornais (ANJ); da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel);
da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert); da
Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner); da Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Distrito Federal (SJPDF).
Recentemente o senador Vital do Rêgo lamentou a morte do cinegrafista da
rede Bandeirantes, Santiago Andrade e manifestou a sua homenagem ao
profissional que morreu após ser atingido na cabeça por um rojão quando
cobria manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de
Janeiro.
Segundo Vital, Santiago fez de sua carreira e sua própria vida, um culto
a informação, registrando com muita coragem e profissionalismo, os
principais fatos do país.
Ele acrescentou que a morte do cinegrafista mostrou para o mundo, a
desorganização institucional do país. “A morte do cinegrafista Santiago
Andrade ataca a família e depõe ao mundo uma desorganização
institucional do Brasil” lamentou.
O senador observou que a morte do cinegrafista mostra o ambiente
violento que toma conta das manifestações democráticas pelo país. “A
morte do cinegrafista Santiago Andrade é irracional e mostra o ambiente
violento que toma conta das manifestações democráticas pelo país”
observou
Pbagora
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