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População que se declara preta cresce 14,9% no Brasil em 4 anos, aponta IBGE
sexta-feira, 24 de novembro de 2017 Posted by Silvano Silva ✔

Entre 2012 e 2016, aumentou em 14,9% o número de brasileiros que se autodeclaram pretos no país. No mesmo período, também aumentou a quantidade dos que se consideram pardos, enquanto diminuiu o percentual de brancos na população. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, em 2012, quando a população do país era estimada em 198,7 milhões de pessoas, os brancos eram maioria (46,6%), os pardos representavam 45,3% do total, e os pretos, 7,4%.
Infográfico mostra distribuição por cor ou raça no Brasil (Foto: Arte/G1)Infográfico mostra distribuição por cor ou raça no Brasil (Foto: Arte/G1)Infográfico mostra distribuição por cor ou raça no Brasil (Foto: Arte/G1)
Já em 2016, população saltou para 205,5 milhões de habitantes (aumento de 3,4%) e os brancos deixaram de ser maioria, representando 44,2% (queda de 1,8%). Os pardos passaram a representar a maior parte da população (46,7%) (aumento de 6,6%) e os pretos passaram a representar 8,2% do total de brasileiros.
Dois fatores podem explicar o crescimento da população preta, conforme a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira. “O primeiro, é o aumento da fecundidade entre pessoas negras. Em segundo, o aumento de pessoas que passaram a se reconhecer na cor preta”, apontou a pesquisadora.
Maria Lúcia enfatizou que a cor é autodeclarada pelo morador que é entrevistado em casa pelo pesquisador do IBGE. “Quando estamos falando de pessoas miscigenadas, elas vão se declarar de acordo com aquilo que elas se identificam mais”, disse.
“A experiência que a gente tem com os pesquisadores é que esse tema da cor pode causar até um estranhamento no momento da entrevista. O entrevistado não tem dificuldade de se reconhecer com determinada cor. Ele pode ter a pele muito branca, mas por ter pai ou mãe negra, se considerar pardo, por exemplo. Não é o pesquisador quem define”, afirmou.
O fato da população parda ter ultrapassado a branca, destacou a pesquisadora, tem a ver com o perfil de fecundidade da população. “Na medida em que as pessoas vão se unindo e se reproduzindo, esses casais que têm cor diferente geram filhos pardos. É natural este aumento”, disse.
Conforme mostra o gráfico a seguir, a Região Norte do país é a que concentra o maior percentual de pardos. Os negros são maioria no Nordeste. Já os brancos têm o maior percentual na Região Sul.

População cada vez mais velha

Tendência já observada há alguns anos, em outras pesquisas como o próprio Censo Demográfico, realizado pelo IBGE pela última vez em 2010, a população envelhece cada vez mais. Isso significa que o número de nascimentos diminui a cada ano, enquanto aumenta a longevidade das pessoas.
Em 2012, o grupo das pessoas de 60 anos ou mais representava 12,8% da população. Quatro anos depois, este percentual cresceu para 14,4%. Já o percentual das crianças com idade entre 0 e 9 anos caiu de 14,1% em 2012 para 12,9% em 2016 – uma redução de 4,7%.
“Temos um estreitamento do que chamávamos de pirâmide etária: nascem menos crianças no país, e com as melhorias na qualidade de vida a população envelhece cada vez mais. Isso é algo importante de ser observado, porque merece mais atenção do poder público o cuidado com a população idosa”, ponderou a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
A pesquisa mostrou, novamente, que as mulheres são maioria entre o total de brasileiros. Em 2016, elas representavam 51,5% da população, enquanto os homens correspondiam a 48,5%. Na comparação com 2012, não houve variação significativa destes percentuais, conforme destacou o IBGE.
Infográfico: diferença na composição da população; percentual de homens e mulheres por faixa etária (Foto: Arte/G1)Infográfico: diferença na composição da população; percentual de homens e mulheres por faixa etária (Foto: Arte/G1)Infográfico: diferença na composição da população; percentual de homens e mulheres por faixa etária (Foto: Arte/G1)
No entanto, quando se observa a população separada em grupos etários, observa-se que até os 19 anos de idade os homens são maioria em relação às mulheres. Elas só passam a representar a maior parcela da população após os 20 anos. Isso significa que morrem mais homens que mulheres adultos.
“Nascem mais meninos que meninas no Brasil. Mas, a partir dos 20 anos essa situação começ a se inverter e se acentua mais após os 30 anos. Os homens estão mais sujeitos a riscos de morte, seja por violência, por questões relacionadas ao trânsito e até mesmo em relação aos cuidados com a saúde”, explicou Maria Lúcia.
Na faixa etária de 0 a 4 anos, em 2016, os homens somavam 6,6 milhões e as mulheres, 6,3 milhões. No grupo entre 15 a 19 anos, os homens eram 8,9 milhões e as mulheres 8,3 milhões. Já na faixa de 20 a 24 anos, as mulheres ultrapassavam os homens em 30 mil.
O envelhecimento da população associado à questão de gênero, apontou a pesquisadora, impacta na demografia regional. “Há mais mulheres no Sul e Sudeste, porque é uma população mais envelhecida”, destacou.
BBC Brasil 

Silvano Silva ✔

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