Copa leva redes de ensino a mudar calendário escolar no Brasil
Em pelo menos sete das 12 cidades-sede, o recesso do meio do ano será antecipado para junho, e os estudantes terão 30 dias de folga
A expectativa para a
Copa do Mundo entre as crianças e os adolescentes vai além das
apresentações da seleção brasileira e de estrelas do futebol nos
gramados dos estádios. Muitos desses jovens estarão de férias já que na
maior parte das cidades em que haverá partidas do Mundial, os
calendários escolares tiveram de ser adaptados. Em pelo menos sete das
12 cidades-sede, o recesso do meio do ano será antecipado para junho, e
os estudantes terão 30 dias de folga.
A Lei Geral da Copa (12.663/2012)
determina que os sistemas de ensino ajustem os calendários escolares de
modo que as férias das redes pública e privada abranjam todo o período
da Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho. No entanto, parecer do
Conselho Nacional de Educação (CNE) deu autonomia às escolas para
decidir o calendário desde que seja respeitado o mínimo de 200 dias
letivos e de 800 horas no ano estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional.
A presidente da Federação Nacional das
Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, informou que as
instituições da rede privada das 12 cidades-sede decidiram suspender as
aulas em dias de jogos para ajudar na mobilidade urbana. Mas o
calendário, que institui a data de início e término das aulas e as
férias, fica a critério de cada escola. As escolas particulares somam 9
milhões de alunos no País.
Entre as escolas públicas, a decisão
ficou a cargo das secretarias de educação dos estados e das prefeituras.
Em Brasília, por exemplo, as férias foram antecipadas para junho e
terão duração de um mês – em geral, o recesso do meio do ano ocorre em
julho e é de três semanas.
Para Gabrielle Inocêncio, aluna do 3º
ano do Centro de Ensino Médio Setor Leste, o recesso mais longo pode
prejudicar o ritmo de estudos. "Eu acho que vai ser prejudicial o
recesso mais longo porque a gente é do 3º ano, então é muita coisa para
estudar e tem ainda o vestibular."
Já o colega Caio Sturzeneker disse que
não vai ter descanso durante a Copa porque pretende continuar estudando.
"Estamos preparados para fazer grupos de estudo já que nosso objetivo é
o vestibular."
Para a professora de português Eliana
Azevedo, o descanso mais longo não será prejudicial uma vez que o
calendário foi adaptado e as aulas começaram mais cedo. "A Copa em
Brasília vai ser benéfica porque educação não se faz somente de
conteúdo. Essa parte cultural, de interação com pessoas de outros países
e de outras partes do Brasil, é muito importante", avalia.
Terra
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