Surge mais uma esperança para o Brasil no UFC. Antônio Carlos Cara de Sapato fez apenas sua quarta luta na carreira. O suficiente para mostrar que pode fazer parte da elite do maior evento de MMA do mundo. Após não tomar conhecimento dos adversários na casa do TUF Brasil 3, ele superou o talentoso Vitor Miranda na final e conquistou o título do programa após dominar os três rounds do combate, triunfando por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28), no TUF Brasil 3 Final, neste sábado, no Ibirapuera, em São Paulo.

- Obrigado a todos, admiro muito o Vitor Miranda como atleta e pessoa. Agradeço todas as pessoas da casa, Dedé (Pederneiras) que me acolheu na Nova União, (Luis) Dórea, Yuri (Carlton), Wanderlei (Silva). Sei que muitos ficaram chateados, mas ele merece respeito por toda a história que teve no Pride, há muito tempo atrás, assim como o Sonnen merece respeito. Queria agradecer também meu irmão, que está torcendo por mim e não estaria aqui se não fosse por ele, e outro irmão meu, o Cigano, que deveria estar lutando aqui. Minha alegria seria completa se ele estivesse aqui hoje e vencesse essa luta - afirmou o campeão, que teve que pedir respeito pelo Cachorro Louco após as vaias do público ao ouvir o nome do brasileiro.

Cara de Sapato comemora vitória sobre Vitor Miranda (Foto: Marcos Ribolli)

Cara de Sapato começou dominando o centro, mas os cruzados passaram no vazio, enquanto Vitor Miranda acertou dois chutes baixos. Antônio Carlos conseguiu encurtar e ir para o clinche, mas não conseguiu a queda e conectou uma joelhada na região genital do lutador da Team Nogueira, que precisou de um tempo para se recuperar. Quando o combate foi retomado, o atleta da Nova União acertou um chute alto na guarda. Ele foi para cima, encaixou uma forte combinação de socos e um chute na linha de cintura, emendando com um double leg para levar o combate para o solo. Vitor Miranda conseguiu se levantar e voltou a ser derrubado. Ele se levantou de novo, esgrimou o braço e se desvencilhou da pegada. O catarinense deu um chute no corpo do adversário, mas recebeu o troco na mesma moeda. Cara de Sapato trabalhou com duros jabs no último minuto, mas recebeu alguns chutes na base e na linha de cintura, mas terminou o round com uma combinação de jab, direto e chute alto.

Cara de Sapato continuou surpreendendo na trocação. Percebendo que a situação não era fácil, Vitor Miranda passou a andar mais para a frente, mas acabou se desequilibrando com um golpe do paraibano, que aproveitou a oportunidade para cair por cima, na meia-guarda. Técnico no chão, Cara de Sapato livrou a perna e foi para a montada, trabalhando o ground and pound. Ele saiu da montada para a posição de 100kg, mas Vitor recolocou a meia-guarda. Cara de Sapato tentou atacar na chave de perna, mas Vitor Miranda se defendeu e ficou de pé, enquanto o rival estava com as costas no chão. Ele entrou na guarda do atleta da Nova União e tentou trabalhar o ground and pound, mas Cara de Sapato incomodava com sua guarda agressiva, buscando um triângulo. Vitor ficou por cima, de costas para o rival, dando cotoveladas, mas Cara de Sapato se levantou. Ele foi para cima com dois cruzados e tentou a queda, mas o round terminou.

Cara de Sapato foi superior por todo o combate (Foto: Marcos Ribolli)

O terceiro round começou com Cara de Sapato conseguindo uma queda rápida. Vitor ficou com as costas na grade, mas seu adversário não desgrudava. Ele empurrou com os pés na virilha, se levantou, mas Cara de Sapato aplicou uma queda bonita no lutador da Team Nogueira, que fechou a meia-guarda. O paraibano conseguiu passar a guarda, mas Vitor fechou novamente e se arrastou para perto da grade, colocando as costas. Ele se levantou e tentou derrubar, mas Cara de Sapato pegou as costas e fechou o cadeado. Vitor travou a mão direita do rival, que conseguiu livrá-la, mas teve a esquerda travada. Vitor Miranda girou, ficou de frente, mas Cara de Sapato ficou na montada e depois foi para a posição de 100kg. Os lutadores travaram um duelo de muita técnica no chão e o combate terminou com atleta da Nova União em posição de superioridade.

Por Globoesporte