Câmara Municipal dá posse a novo prefeito de Sapé

João da Utilar foi prezo na ‘Operação Pão e Circo’ da Polícia Federal e a
Justiça decretou o afastamento imediato do gestor por envolvimento em
fraude nas licitações destinadas a eventos.
O vereador Cloves da Pizzaria (PMDB) prepara um pedido de impeachment para apresentar na Casa.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB), a Polícia Federal (PF) e a
Controladoria Geral da União (CGU) deflagram, no último dia 28, a
'Operação Pão e Circo'. Vinte e oito mandados de prisão temporária; 65
mandados de busca e apreensão; sete mandados de condução coercitiva e
ordens de sequestro de bens móveis e imóveis expedidos pelo Tribunal de
Justiça da Paraíba e pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região foram
cumpridos em várias cidades paraibanas e no estado de Alagoas.
A operação teve como objetivo desarticular um esquema criminoso
destinado a fraudar licitações e desviar recursos públicos federais,
estaduais e municipais. Durante um ano, as investigações feitas pelo
Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do MPPB
constataram a participação direta de prefeitos, seus familiares e
servidores públicos, além de empresas “fantasmas” que foram constituídas
com a finalidade de desviar dinheiro público e fraudar procedimentos de
contratação de serviços para a realização de eventos festivos (Ano
Novo, São João e São Pedro, Carnaval e Carnaval fora de época,
aniversários das cidades, etc.).
As fraudes eram feitas em licitações, dispensas e inexigibilidades de
licitação, contratos com bandas musicais, montagem de palcos, som,
iluminação, comercialização de fogos de artifício, shows pirotécnicos,
aluguéis de banheiros químicos e serviços de segurança.
Mais de 40 mil gravações com autorização judicial foram feitas. As
investigações apontaram também o superfaturamento dos objetos
contratados, a inexecução dos serviços contratados e documentos forjados
atestando a falsa exclusividade de artistas e bandas para justificar
irregularmente o procedimento de inexigibilidade de licitação.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro do Valle
Filho, o esquema era comandado por empresários dentro das próprias
prefeituras. Estima-se que, nos últimos seis meses, foram desviados mais
de R$ 65 milhões dos cofres públicos. Os mandados de prisão temporária
compreendem os prefeitos de Sapé, Solânea e Alhandra; as primeiras-damas
de Alhandra e Solânea, além de secretários municipais de Sapé, Santa
Rita e Solânea; servidores públicos; empresários que atuam no ramo de
eventos festivos e outros servidores públicos.
Eles são acusados de falsificar documentos públicos e privados,
falsidade ideológica, crimes contra a ordem tributária (sonegação),
corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, desvio de verba pública,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas sedes das
prefeituras de Alhandra, Boa Ventura, Cabedelo, Capim, Conde, Cuité de
Mamanguape, Itapororoca, Jacaraú, Mamanguape, Mulungu, Sapé, Santa Rita,
Solânea e na Funjope, na Capital, além de sedes de diversas empresas
que atuam no ramo de eventos festivos, localizadas em Alhandra, Bayeux,
Conde, João Pessoa, Mari, Pirpirituba, Rio Tinto e Santa Rita, bem como
nas residências dos respectivos sócios.
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