35 mulheres já foram assassinadas este ano na Paraíba

Os últimos dois assassinatos onde as
vítimas foram mulheres aconteceram esta semana. No último dia 7 a
cantora Francicleide Medeiros Lira, 32 anos foi executada a tiros com
mais quatro pessoas dentro de uma seresta no Bairro de Cruz das Armas.
Na noite de quinta-feira (13) uma
mulher, ainda não identificada, foi encontrada morta com o corpo cravado
de balas na Rua Chesf, localizada no Bairro das Indústrias, em João
Pessoa..
Segundo informações, o segurança de uma
fábrica ouviu vários disparos e chamou a polícia. Quando os militares
chegaram ao local, encontraram a vítima já sem vida. O que chamou a
atenção das autoridades foi a localização do corpo, pois se trata de uma
área industrial, sem grande movimentação de pessoas. A polícia
investiga o crime.
Para a presidente do Centro 8 de Março,
Irene Marinheiro Jerônimo, os maiores motivos da violência contra a
mulher são a discriminação, machismo e o medo do companheiro, mas desde a
criação da Lei Maria da Penha esse quadro tomou outro rumo. O órgão que
defende o direito da mulher tem o telefone 3241.8001 para atender as
vítimas de agressão, que oferece orientações para procurar a polícia e
ter coragem para denunciar o agressor.
Mas, para enfrentar a violência contra a
mulher estão sendo instaladas em várias regiões do Estado delegacias
especializadas onde elas podem denunciar seus agressores. Recentemente o
Tribunal de Justiça instalou um Juizado especial e ainda existe a casa
abrigo que presta assistências as vítimas de violência.
Irene Marinheiro disse que uma
preocupação do Centro da Mulher 8 de Março é o envolvimento o sexo
feminino com as drogas. O órgão que dirige tem trabalhado na orientação
para evitar que se envolvam com as drogas. "Porque quando a mulher é
presa por esse crime é totalmente esquecida", declarou.
Irene deixou claro que a violência
contra a mulher está ligada a impunidade e finalizando foi enfática ao
dizer que os homens ainda acham ser donos das mulheres.
Machismo
A secretária-executiva da Mulher e da
Diversidade Humana, Gilberta Santos Soares, relatou que a cultura
machista, em que o homem se sente dono da mulher ainda está entre as
principais causas no aumento desses casos. "Essa triste realidade é um
fator histórico aqui no Nordeste", frisou. Ainda de acordo com a
Gilberta Santos, o Estado qualificou profissionais do Disk Denúncia
(197) para estimular as mulheres a denunciarem casos de violência.
Atendimento
Segundo Gilberta Santos, no Estado, as
maternidades Frei Damião, e Cândida Vargas, em João Pessoa, o Instituto
Elpídio de Almeida (Isea), em João Pessoa e maternidade Peregrino Filho,
em Patos, são referência na assistência à saúde e psicológica da mulher
no Paraíba. Além das maternidades, os hospitais gerais de Sousa,
Monteiro também realizam os atendimentos. Em João Pessoa, o Centro de
Referência da Mulher Ednalva Bezerra, na Rua Afonso Campos, 191, também
realiza atendimentos as mulheres. As vítimas podem procurar o local ou
ligar para o telefone 0800 283 3883 .
Denúncias sem testemunhas - O Secretario
da Segurança Pública, Cláudio Lima afirmou que foram publicadas duas
portarias que disciplinam as delegacias e autoridades policiais a
receberem denúncias de vítimas sem precisar levar testemunhas.
Ele lembrou ainda que o Estado e os
municípios, por meio dos órgãos, têm que assumir este papel de
denunciar. "Muitas vezes estas denúncias chegam aos órgãos públicos, mas
não chegam à polícia. Temos o número de telefone 197 que é para todo
tipo de denúncia, inclusive, estamos com uma pasta exclusiva para
atender casos de violência contra a mulher", afirmou.
Campanha - A Secretaria
de Estado e da Diversidade Humana e da Mulher vem desenvolvendo desde o
ano passado ações permanentes com capacitação e organização da rede que
atua atendendo a mulher vítima de violência.
Serviço - O número para denúncias contra a mulher é 197.
Com Paraíba
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