STJ nega recurso que pede aplicação de Lei de Imprensa
Um
recurso especial que pedia a aplicação da Lei da Imprensa na Paraíba
foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na tarde desta
terça-feira (4). O STJ negou o pedido porque a Lei da Imprensa
promulgada em abril de 2009, não tem efeito retroativo, além de não ser
recepcionada pela Constituição Federal.
Por essa razão, mesmo tendo o recurso sido interposto em setembro de
2003, a Quarta Turma do STJ não aplicou a Lei de Imprensa para um homem
que trabalha no jornal Diário da Borborema S/A em Campina Grande por
danos morais.
O recurso questionava a empresa por não pagar a multa condenatória no
valor de R$ 20 mil. De acordo com o relator, ministro Raul Araújo, a
decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) não foi com base na
Lei de Imprensa. Por isso, a indenização por dano moral a ser paga pela
empresa não se sujeitava ao depósito do valor da condenação.
Raul Araújo ressaltou que o STJ apenas altera valor de indenização quando se mostra exorbitante ou irrisório.
Entenda o caso:
O autor da ação ajuizou pedido de indenização por danos morais e
materiais, cumulada com perdas e danos e lucros cessantes, contra Diário
da Borborema S/A, devido à publicação de reportagem com ofensa à sua
honra. Ele foi apontando como responsável por golpe de mais de R$ 30 mil
contra quatro sociedades empresárias, por intermédio da pessoa jurídica
de que era diretor presidente, a Ilobrás – Indústria de Lentes
Oftalmológicas do Brasil S/A.
O espólio do autor alegou que a ofensa era gravíssima, com enormes
repercussões. Sustentou que, devido à angústia e humilhação, ele
desenvolveu uma pancreatite de origem psicológica que causou sua morte,
em julho de 2003, aos 38 anos de idade. Por essa razão, também foi
pedido no recurso o aumento do valor da indenização.




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