Escassez de água pode comprometer redução no preço da energia, diz professor
Embora
ainda não ofereça riscos de desabastecimento de energia e de
confiabilidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a falta de
chuva, que vem deixando os reservatórios próximos da Curva de Aversão ao
Risco (CAR), pode comprometer as metas do governo de reduzir em 16% o
custo da energia elétrica para os consumidores.
“O desconto que a Dilma [presidenta
Dilma Rousseff] previu talvez não se concretize. A previsão era de 16%
para o consumidor residencial, o que não será mais possível acontecer
este ano. De quanto ele [desconto] será vai depender do esforço que o
governo vai querer fazer.”
Segundo o diretor do Instituto Alberto
Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ),
Luiz Pinguelli Rosa, o custo da energia está no limite. “E isso vai
acabar batendo no bolso do consumidor. Estamos ligando térmicas a um
custo muito alto e isto vai acabar refletindo na conta do consumidor
final”, explicou.
De acordo o professor Pinguelli, a
diferença do ponto de vista do abastecimento energético hoje em relação a
2001 – quando um blecaute que atingiu todo o país – é que agora o
Brasil tem as termelétricas.
“O que dá segurança são as
termoelétricas. Está é a diferença em relação a 2001. Lá [em 2001] não
tinha as térmicas e, então, quando faltou água nos reservatórios,
aconteceu o blecaute. Agora há ainda uma quantidade de térmicas a serem
acionadas, apesar das que já estão em operação. O total da potência das
térmicas equivale a uma [Usina de] Itaipu”.
Pinguelli explicou que o país enfrenta
uma “situação limite”. “E eles [governantes] estão segurando como podem:
as nucleares estão ligadas, as eólicas também.”
Sobre a possibilidade de que possa haver
problemas de abastecimento de energia ainda este ano, Pinquelli disse
que tudo dependerá das condições climáticas e da incidência de chuva.
“Tudo vai depender das chuvas, que estão atrasadas ou caindo no lugar
errado – fora dos reservatórios.”
Na avaliação do diretor da Coppe, se
regularizar a chuva, a situação tenderá a se normalizar. “Mas se houver
um ano extremamente seco – o que é perfeitamente possível, porque a
temperatura do oceano está fora dos padrões normais – pode acontecer de
enfrentarmos dificuldades o longo do ano. Sempre pode haver prolemas
para o abastecimento. Tudo vai depender das chuvas”, disse.
Com a agência Brasil
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