Ex-prefeitos de Alhandra, Sapé e Solânea continuam na mira do Ministério Publico
Os
ex-prefeitos Renato Mendes (DEM), João Clemente Neto (DEM) e Francisco
de Assis Melo (PMDB) continuam na mira do Ministério Público da Paraíba
(MPPB). Os três são suspeitos de participarem de um esquema de
superfaturamento em contratos para a realização de festas, deflagrado
pela Operação Pão e Circo e cumpriram prisão temporária, em junho do ano
passado.
Segundo o promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação
Especial Contra o Crime Organizado na Paraíba (Gaeco), Octávio Paulo
Neto, as investigações – que foram iniciadas no segundo semestre de 2011
– permanecem em andamento. “Como consequência do não encerramento das
investigações da Operação Pão e Circo, os atos praticados pelos
ex-prefeitos continuam sendo investigados”, assegurou.
Entre eventos festivos e despesas conexas, o montante de recursos
pagos pelos municípios paraibanos (Alhandra, Sapé e Solânea,
respectivamente) às empresas investigadas – no período de 2008 a 2012 –
correspondeu a aproximadamente R$ 62 milhões.
“Os investigados são acusados em razão dos crimes de corrupção
ativa e passiva, fraude a licitação, desvios de recursos, formação de
quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade e outros. Atualmente, não há
mais presos vinculados à Operação Pão e Circo e nenhum dos três
ex-prefeitos está exercendo cargo eletivo, haja vista que não foram
reeleitos nem elegeram os candidatos que apoiavam”, explicou.
Durante a operação, foi decretada prisão temporária para 28
pessoas. Contudo, conforme o promotor, as prisões foram solicitadas pelo
Ministério Público Estadual e pela Polícia Federal, para se preservar o
conteúdo probatório, sendo, portanto, temporárias. “Entretanto, várias
outras medidas alternativas à prisão estão sendo pleiteadas
judicialmente pelos órgãos competentes, como a impossibilidade de as
empresas investigadas contratarem com o serviço público, além do
afastamento dos servidores envolvidos”.
Além disso, continuou, os materiais apreendidos estão passando por
análise, para conclusão do relatório e envio para a Polícia Federal e
MPE. Feito isto, os próximos passos são de responsabilidade da Polícia
Federal, do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual
da Paraíba.
Para Octávio, a operação estanca uma fraude desumana em várias
prefeituras paraibanas, que priorizavam eventos festivos em detrimento
das políticas públicas mais elementares, a exemplo de investimentos em
saúde, educação e ações sociais.
Jornal da Paraíba




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