Dia estadual: Cigarro mata cerca de 2,5 mil pessoas por ano na PB; governo promove atividades
Dados do Instituto Nacional do Câncer apontam que na Paraíba há 511.480 fumantes e mais de 99 mil deles (19,49% do total) estão em João Pessoa.
Em todo o Estado, mais de 2,5 mil pessoas morrem por ano em decorrência
do uso do cigarro. O tabagismo é um dos fatores de risco mais fortes
para o aparecimento de câncer na população paraibana e a segunda causa
de morte. De 2001 até agora, o câncer foi responsável por mais de 25.200
mortes na Paraíba.
De acordo com dados do Núcleo de Doenças e Agravos
não Transmissíveis da SES, 34 municípios da Paraíba já contam com
Centros de Tratamento do Fumante em funcionamento. “Só no ano passado,
2.094 pacientes foram atendidos nesses centros, e 624 deixaram de fumar.
O baixo índice de pacientes que deixaram de fumar é devido ao fato de
que muitos abandonam o tratamento”, observa a coordenadora do Núcleo,
Gerlane Carvalho.
Nesta sexta-feira (15) Dia Estadual de Combate ao Tabagismo. Para
alertar sobre o problema aSecretaria de Estado da Saúde (SES) está
promovendo uma série de ações de caráter educativo e preventivo. As
atividades incluem uma palestra no auditório do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes (CCHLA), na Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), sobre o Controle dos Produtos Derivados do Tabaco, com o chefe
do Laboratório de Controle de Tabaco da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), André Luiz da Silva.
Imagens de advertência sobre os malefícios do tabaco; proibições do
uso de aditivos, a exemplo de cigarros com sabores, o que atraem,
principalmente, crianças e adolescentes; das campanhas publicitárias na
mídia; de venda pela internet e estabelecimento dos registros das marcas
para coibir o mercado ilegal. Essas são algumas das formas de controle
dos produtos derivados do tabaco, apresentadas por André Luiz. Ele
lembrou ainda que o sucesso do trabalho só vai ser alcançado com a
participação da comunidade. “O melhor fiscal que existe é a população”,
disse, lembrando que os canais de comunicação são o site (www.anvisa.gov.br); ouvidoria@anvisa.gov.br e 0800-642-9782.
Para André Luiz campanhas como esta, realizada pela Secretaria de
Estado da Saúde, funcionam muito se forem associadas a outras ações,
como a fiscalização e a oferta de tratamento gratuito, como acontecem
aqui na Paraíba. “Dessa forma, as campanhas funcionam como catalisadores
no combate ao cigarro”, concluiu.
Nesta sexta-feira (15), a partir das 8h30, serão realizadas várias
ações no estacionamento do CCHLA, como o teste de Fagerstron, que avalia
o grau de dependência à nicotina; teste de espirometria, que mede a
capacidade pulmonar; teste de monoximetria, que mede a concentração de
monóxido de carbono no pulmão; teste de glicemia; verificação de pressão
arterial; orientações sobre atividades físicas; orientação nutricional
voltada ao fumante e ex-fumante, além de orientações sobre álcool e
drogas (por representante do Caps AD III), sobre Centros de Tratamento
do Fumante e sobre Vigilância Sanitária.
As atividades estão a cargo do Núcleo de Doenças e Agravos não
Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a
Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), Associação Médica
da Paraíba, Sociedade Paraibana de Cardiologia, Sociedade Paraibana de
Pneumologia, Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, UFPB, Geap,
Funasa, Afrafep, Cassi, Unimed e Caps AD III.
Segundo a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis da
SES, Gerlane Carvalho, todas estas ações estão ocorrendo na UFPB porque a
instituição está implantando um setor de tratamento de fumante para o
servidor e, por meio de uma parceria com as Secretarias de Saúde do
Estado e de João Pessoa, no mês de abril, haverá uma capacitação da
equipe (médicos, psicólogos, enfermeiros, etc), que trabalha com os
fumantes na universidade.
Outras informações: O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) um problema de saúde pública global, e se constitui na segunda
maior causa de mortes no mundo. Dados recentes do Instituto Nacional do
Câncer (Inca) mostram que o número total de mortes provocadas pelo uso
do fumo já atingiu cinco milhões anuais, o que corresponde a mais de 10
mil mortes por dia.
Tratamento – O tratamento para parar de fumar é totalmente gratuito
pelo SUS e nem todos os fumantes precisam fazer uso de medicamentos para
acabar com o vício. “Alguns param de fumar só com acompanhamento
psicológico. Depende do grau de dependência da nicotina, que é avaliado
pelo médico. Os pacientes que têm um grau de dependência maior precisam
da medicação”, esclareceu Gerlane.
Os hospitais de referência no Estado no combate aos tipos de câncer
relacionados ao uso do tabaco – pulmão, esôfago e laringe – são o
Napoleão Laureano, Oncoclínica e Hospital Universitário Lauro Wanderley,
em João Pessoa, e Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (Fap) e
Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande.
Secom PB
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