Para ministro das comunicações, PT mistura lei da mídia com investimento
O ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, disse achar "incompreensível" que o PT "misture" regulação da
mídia com investimentos e inicie uma ofensiva contra as isenções fiscais
concedidas pelo governo às empresas de telecomunicação, informou O Estado de S. Paulo, nesta quarta-feira (20/3).
Crédito:Agência Brasil
Ministro diz que partido não pode confundir desoneração com regulação da mídia
A declaração de Bernardo acontece num
momento em que o PT aumenta as críticas a setores da imprensa. O
ministro garantiu que "não há e nunca vai haver" marco regulatório para
jornais e revistas e mostrou inconformismo com ataques feitos pelo PT ao
pacote de desonerações.
"É incompreensível que um partido que está há dez anos no governo seja contra a desoneração e critique o nosso esforço para baixar impostos. Será que o PT acha que são as teles que pagam esse imposto? O custo é alto e quem paga é o consumidor", disse ele, que é filiado ao PT desde 1985
Para Bernardo, a atitude é um erro.
"Alguns militantes nossos misturam regulação da mídia com investimentos
em telecomunicações. Isso não pode acontecer. São assuntos separados",
disse.
Pedidos do PT
A resolução "Democratização da Mídia é
Urgente e Inadiável", aprovada pelo Diretório Nacional do PT, pede ao
governo "reconsiderar" a decisão de adiar o envio ao Congresso do
projeto do marco regulatório das comunicações. No documento, o partido
cobra a revisão das isenções às empresas e pedem que a presidente Dilma
Rousseff "reinicie o processo de recuperação da Telebrás".
Correção no valor
Bernardo pediu ao presidente do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP), a correção do valor citado na resolução para as desonerações fiscais. Segundo o texto dizia, com o novo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) a desoneração alcançava R$ 60 bilhões, dez vezes mais do que o anunciado pelo governo.
Bernardo pediu ao presidente do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP), a correção do valor citado na resolução para as desonerações fiscais. Segundo o texto dizia, com o novo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) a desoneração alcançava R$ 60 bilhões, dez vezes mais do que o anunciado pelo governo.
"A nossa previsão é para desonerar R$ 6
bilhões em cinco anos, e não R$ 60 bilhões, como estava na resolução do
PT", disse o ministro. "Com isso, queremos fortalecer a infraestrutura
de telecomunicações no Brasil e baixar preços", acrescentou.
A alteração foi feita no documento publicado no site do PT, mas nada mudou em relação às cobranças ao governo.
Sobre marco e censura
Bernardo afirma que há "muita
confusão" sobre o que é marco regulatório da mídia. "A Constituição veda
a censura e, portanto, o marco regulatório não pode ser confundido com
controle da imprensa nem com nenhum tipo de controle de nada", insistiu o
ministro.
Segundo Rui Falcão, o PT é contra
qualquer tipo de censura, "mas é inadiável o alargamento da liberdade de
expressão e também da democracia nos meios de comunicação", afirmou. O
documento produzido pelo diretório petista conclama os militantes a
apoiar projeto de iniciativa popular para um novo marco regulatório das
comunicações e cobra do governo a abertura de diálogo com os movimentos
sociais "para democratizar as mídias no País", uma demanda histórica no
partido.
Agência Brasil
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