Brasil quase dobra Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 20 anos

Em 1991, 85,5% das cidades brasileiras
tinham IDHM considerado muito baixo. Em 2010, o percentual passou para
0,6% dos municípios. De acordo com o levantamento, em 2010, o índice de
municípios com IDHM considerado alto e médio chegou a 74%, enquanto em
1991, não havia nenhuma cidade brasileira com IDHM considerado alto e
0,8% apresentavam índice médio. Pela escala do estudo, é considerado
muito baixo o IDHM entre 0 e 0,49, baixo entre 0,5 e 0,59; médio de 0,6 e
0,69, alto 0,7 e 0,79 e muito alto entre 0,8 e 1,0.
O IDHM é o resultado da análise de mais
de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e
2010. O estudo é dividido em três dimensões do desenvolvimento humano: a
oportunidade de viver uma vida longa e saudável [longevidade], ter
acesso a conhecimento [educação] e ter um padrão de vida que garanta as
necessidades básicas [renda]. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto
mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento
Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa
Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, o Brasil
conseguiu reduzir as desigualdades, principalmente, pelo crescimento
acentuado dos municípios menos desenvolvidos das regiões Norte e
Nordeste.
“A fotografia do Brasil era muito
desigual. Houve uma redução, no entanto, o Brasil tem uma desigualdade
amazônica, gigantesca, que está caindo. O Brasil era um dos países mais
desiguais do mundo, continua sendo, mas houve uma melhora. Podemos
antecipar um futuro melhor”, frisou o presidente do Ipea e ministro
interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.
Principal responsável pelo crescimento
do índice absoluto brasileiro, o IDHM Longevidade acumulou alta de
23,2%, entre 1991 e 2010. O índice ficou em 0,816, em 2010. Com o
crescimento, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 9,2 anos,
passando de 64,7 anos, em 1991, para 73,9 ano, 2010.
“A melhoria da expectativa de vida é
muito significativa. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de
vida nove anos maior o que era há 20 anos, principalmente por uma queda
na mortalidade infantil”, explicou o representante PNUD no Brasil Jorge
Chediek.
Os municípios catarinenses de Blumenau,
Brusque, Balneário Camboriú e Rio do Sul registraram o maio IDHM
Longevidade, com 0,894, e expectativa de vida de 78,6 anos. As cidades
de Cacimbas (PB) e Roteiro (AL) tiveram o menor índice (0,672) e
expectativa de 65,3 anos.
O levantamento aponta ainda que a renda
per capita mensal do brasileiro cresceu R$ 346 nas últimas duas décadas,
tendo como base agosto de 2010. Entre 1991 e 2010, o IDHM Renda evoluiu
14,2%, contudo, 90% dos 5.565 municípios brasileiros aparecem na
categoria de baixo e médio desenvolvimento neste índice.
Apesar do crescimento, a desigualdade
fica clara quando comparados os extremos do indicador. O município de
São Caetano do Sul (SP), primeiro colocado no IDHM Renda, registrou
renda per capita mensal de R$ 2.043, o último colocado, Marajá do Sena
(MA), obteve R$ 96,25. Uma diferença de 20 vezes.
O IDHM Educação, apesar registrar a
menor contribuição para o IDHM absoluto do país, passou de 0,278, em
1991, para 0,637, em 2010. O crescimento foi impulsionado, segundo o
atlas, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no
período.
Com Agência Brasil via IG
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