Governo e rebeldes violam direitos humanos na Síria, diz ONU
Novo relatório da Comissão de Inquérito da ONU sobre o conflito na Síria
aponta crimes que violam a lei internacional e indícios de uso de armas
químicas pelo regime de Bashar al-Assad.
A comissão afirma que o governo e as forças de oposição têm cometido
crimes de guerra, como assassinatos de adultos e crianças, torturas,
violência sexual, tudo sem qualquer tipo de respeito aos direitos
humanos. "Crianças são vítimas de execução", afirma.
"Indivíduos estão sendo regularmente assassinados em violação ao direito
internacional, que criminaliza o assassinato e a execução sem o devido
processo legal", diz.
O documento foi divulgado hoje no site do órgão. Essa comissão é
presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro e relata uma inspeção
feita entre 15 de maio e 15 de julho deste ano.
Uma outra comissão da ONU esteve recentemente no país só para investigar
o uso de armas químicas num ataque nos arredores de Damasco em agosto,
mas ainda não divulgou o resultado.
No relatório liberado hoje, a comissão de inquérito afirma que recebeu
"alegações" do uso de armas químicas no país. "Predominantemente pelas
forças do governo", diz.
Entretanto, o relatório diz que não é possível descobrir os agentes
químicos usados, nem o mecanismo para aplicá-los. "As investigações
estão em andamento", afirma. Em suas recomendações finais, a comissão
pede que seja "rejeitado" o uso de armas químicas na Síria.
O documento será apresentado na próxima reunião da Comissão de Direitos
Humanos da ONU, no dia 24 de setembro. Para os membros da comissão, é
preciso estancar o envio de mais armas do exterior para o grupo do
governo e também o da oposição: "Não há solução militar neste conflito".
De acordo com a comissão, o número de refugiados passa de dois milhões. O
relatório relata ainda que o governo da Síria tem cometidos crimes
contra jornalistas que cobrem o conflito: "O governo, arbitrariamente,
prende, detém e tortura jornalistas".
LEANDRO COLON
DE LONDRES
DE LONDRES
folha.uol.com.br




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