Nível dos reservatórios do Sudeste e Centro-oeste é o menor já registrado desde 2001

O
nível dos reservatórios das hidrelétricas instaladas no Sudeste e
Centro-Oeste já é o mais baixo para esta época do ano desde 2001, quando
o governo federal decretou racionamento de energia elétrica. De acordo
com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essas represas
tinham, em média, 37,6% de água armazenada no domingo (9), dado mais
atual.
O ONS não possui o percentual específico do dia 9 de fevereiro de 2001.
Entretanto, segundo o órgão, entre o final dos meses de janeiro e
fevereiro daquele ano, o nível dos reservatórios do Sudeste e
Centro-Oeste variou de 31,41% para 33,45%. Houve racionamento em junho
de 2001, diante da falta de chuva e da baixa quantidade de água nas
hidrelétricas.
A preocupação do governo com a situação dos reservatórios do Sudeste e
Centro-Oeste é maior porque eles são responsáveis, juntos, por cerca de
70% da energia hidrelétrica gerada no país. Além disso, o nível atual de
armazenamento está abaixo, inclusive, do registrado na mesma época do
ano passado (41,6%), quando a estiagem em pleno período de chuvas trouxe
temor de falta de energia e de um novo racionamento.
Segundo a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), a afluência
(quantidade de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas e pode
ser transformada em energia) do mês de janeiro foi a pior desde 1954
para as regiões Sudeste e Centro-Oeste. E, nesses primeiros dias de
fevereiro, não houve melhora da situação.
Contribui ainda para o agravamento desse quadro os recordes sucessivos
no consumo de energia no início deste ano, provocados pelo aumento das
temperaturas principalmente no Sul e no Sudeste.
O governo espera que as chuvas voltem a partir da segunda quinzena de
fevereiro e afirma que só pode fazer uma avaliação concreta sobre a
situação dos reservatórios ao final de abril, quando termina o período
chuvoso. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
negou a possibilidade de faltar energia e o secretário-executivo do
ministério, Márcio Zimmermann, afirmou que o sistema elétrico do país é
“equilibrado”.
De acordo com o governo, o Brasil está preparado para garantir o
fornecimento de energia no país com as usinas termelétricas, que
funcionam por meio da queima de combustíveis como óleo, gás e biomassa. O
problema do acionamento dessas térmicas é que elas são mais poluentes e
a energia produzida por elas é mais cara, o que leva a aumento da conta
de luz.
G1
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