Policiais denunciam abuso da juíza de Alagoinha ao CEDH e caso é levado à Corregedoria da Justiça
Astronadc
Pereira (sargento Pereira), que integra o Conselho Estadual de Direitos
Humanos (CEDH/PB), foi procurado, nessa sexta-feira (14), pelos cabos
da Polícia Militar – Haroldo José Chaves e Jose Jair de Santana, bem
como pelo soldado Tiago dos Santos Lima, e ouviu deles a seguinte
narrativa:
_ Que no dia 11/02 foram presos de forma irregular pela juíza de
direito, Inês Cristina, da Comarca de Alagoinha, município da
microrregião de Guarabira (PB).
_ A juíza determinou ao diretor do fórum que informasse aos policiais
que eles deveriam prender uma pessoa da cidade por ordem dela.
_ Ao receber a mensagem informaram que era preciso uma ordem
judicial, por escrito, como determina a lei. De imediato a juíza
determinou que os policiais fossem até a sua presença.
_ Entraram em contato com seu superior hierárquico e este os
acompanhou até o gabinete da magistrada. Quando lá chegaram a juíza deu
ordem de prisão, alegando desobediência e desacato a autoridade.
_ O tenente que estava com eles recebeu determinação da magistrada
para algemá-los e cumpriu a ordem, o que gerou grande constrangimento
dentro do fórum, já que apenados que estavam nas proximidades ouviram o
fato. Um promotor presenciou a cena e nada fez.
- Estão sofrendo psicologicamente com o ocorrido e se sentindo
constrangidos, injustiçados e desprotegidos pelo fato de terem sofrido
uma prisão arbitrária.
Providências
Diante do fato, formou-se uma comissão, composta por sargento
Pereira, representando o CEDH; pelo advogado da Associação dos Policiais
Militares; coronel Jarlon, representando o Clube dos Oficiais; sargento
Xavier; além do cabo Gilberto Silva, para acompanhar os policiais
detidos até a Corregedoria da Justiça, situada no bairro Altiplano, em
João Pessoa, onde eles puderam relatar toda história.
Na ocasião, Astronadc Pereira afirmou que o acontecimento foi uma
clara violação aos direitos humanos, já que os policiais não poderiam e
não deveria ter recebido a voz de prisão e muito menos serem algemados e
colocados numa situação vexatória, humilhante e ilegal. “Os policiais
não cometeram crime algum. Pelo contrario, foram legalistas ao solicitar
da magistrada que a ordem de prisão fosse por escrito. É assim que deve
ser. É a lei”, completou.
Pereira acrescentou que mandar algemar ou permitir que pessoas no seu
exercício regular da função e trabalho seja algemadas e humilhadas
publicamente, sem cometer crime algum, é sem duvida um abuso de
autoridade.
O representante do CEDH também achou estranho que o oficial presente
tenha algemado os policiais mesmo sabendo que a ordem era irregular. “O
comando da PM também deve tomar as providências legais sobre isso”.
Astronadc Pereira disse que vai reunir os demais membros do conselho
para acompanhar o desdobramento dos fatos, e solicitar a copia dos autos
para oficiar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ ) para as devidas
providência.
“O Conselho Nacional de Direitos Humanos também será provocado a
pedir a providência junto ao Estado, ao comando da corporação e da
Justiça paraibana, pois queremos que estes policiais tenham apoio da
corporação e do governo, bem como apoio psicológico e social.
Pereira orientou os profissionais da segurança pública e da sociedade
civil, que se tiverem os direitos violados, a procurem o CEDH, “que
este conselho existe para todos”. Ele informou que o comando da
corporação ainda não se pronunciou sobre o fato.
Assessoria de Imprensa




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