Aumenta a tensão na Ucrânia
As
Forças Especiais da polícia da Ucrânia retiraram nesta terça-feira (8)
os manifestantes pró-russos que ocupavam a sede do governo regional na
cidade de Kharkiv desde o último domingo (6) e os prenderam, informou o
ministro do Interior do país, Arsen Avakov. "Foram detidos cerca de 70
separatistas", escreveu Avakov em seu perfil do Facebook.
O ministro do Interior afirmou que a operação policial aconteceu "sem a
utilização de armas de fogo". Acrescentou que em Kharkiv, a segunda
maior cidade do país, está em andamento uma "operação antiterrorista".
"O centro da cidade está fechado, assim como as estações do metrô. Não
se preocupem, quando terminarmos, tudo estará aberto", disse Avakov.
O presidente interino da Ucrânia, Alexander Turchinov, advertiu, em
mensagem à nação, que serão adotadas medidas antiterroristas contra os
manifestantes que recorrerem às armas no leste da Ucrânia para fazer
frente às autoridades centrais.
O líder acusou Moscou de estar por trás das manifestações pró-russas e
dos ataques a edifícios governamentais no leste do país, e garantiu que
reforçou a defesa na fronteira com a Rússia.
O presidente também anunciou que a Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia
debaterá em sua sessão desta terça 'o endurecimento da responsabilidade
penal pelo separatismo e outros crimes contra o Estado, e a proibição de
partidos políticos e organizações civis que defendem posições
separatistas e trabalham contra seu próprio Estado'.
No último fim de semana, ativistas pró-russos ocuparam várias sedes
administrativas nas cidades de Kharkiv, Donetsk e Lugansk, capitais de
regiões homônimas com população falante de russo, mas onde os russos
étnicos não constituem a maioria de seus habitantes.
Em Donetsk, os manifestantes pró-russos, que desde o domingo controlam a
sede do governo local, proclamaram na segunda-feira (7) a independência
dessa região ucraniana que faz fronteira com a Rússia.
A República Popular de Donetsk foi criada dentro dos limites
administrativos da região, conforme a leitura do documento por um dos
líderes do autoproclamado Conselho Popular de Donetsk, que não reconhece
às novas autoridades da Ucrânia.
Os ocupantes da sede governamental - cerca de 150 pessoas, segundo
estimativas da polícia -, também anunciaram a convocação de uma
consulta, 'no máximo no dia 11 de maio', para referendar a declaração de
independência.
Além disso, os ativistas pró-russos pediram ajuda militar a Moscou para
'resistir à junta de Kiev'.
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