OPERAÇÃO PAPEL TIMBRADO: Assessor afirma que Prefeito de Mari/PB já sabia da operação antes mesmo dela ser deflagrada
A Operação Papel Timbrado deflagrada na
manhã desta quinta-feira (03) pelo Grupo de Atuação Especial contra o
Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB), em
parceria com o Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Geral da
União (CGU), Tribunais de Contas do Estado (TCE) e da União (TCU), pelo
Conselho Administrativo de Defesa Econômica e Polícias Civil e Militar
da Paraíba pode ter sido vazada antes mesmo dela acontecer, pelo menos
foi o que revelou o Coordenador de Comunicação da Prefeitura de Mari,
Joseilson Antonio. A cidade é uma das investigadas no esquema que está
sendo investigado.
Leia também: R$ 200 milhões: Operação desarticula esquema de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro na PB
O Coordenador de Comunicação do
município, Professor Josa, durante participação no Programa Liberdade de
Expressão desta manhã (03) disse que o prefeito Marcos Martins estaria
em sua residência em João Pessoa bastante tranquilo, pois o mesmo já
sabia da realização da operação. “Eu conversei agora pouco com o
prefeito e ele me dizia justamente que já tinha conhecimento de que
haveria uma operação não só em Mari mas em outras cidades e que essa
operação ela iria buscar informações com relação a licitações não só de
2013 como também de 2011 e 2012″, afirmou Josa, conforme o leitor pode
ouvir a seguir:
Questionado como o Prefeito de Mari
Marcos Martins teria tido acesso a informação da realização da operação
antes mesmo dela ser deflagrada pelos órgãos envolvidos, já que a mesma
acontece sob sigilo, o Coordenador de Comunicação da Prefeitura de Mari
corrigiu sua fala, mas afirmou que o prefeito soube de boatos antes da
realização da referida operação. Ouça:
“Papel Timbrado”
A Operação “Papel
Timbrado” objetiva apurar a comercialização ilegal de “kits de
licitação” (papéis timbrados de construtoras, certidões negativas,
contratos sociais, documentos de sócios, propostas de preços e outros
documentos comumente exigidos em licitações), boletins de medição e até
notas fiscais, no intuito de fraudar licitações e contratos junto aos
municípios paraibanos.
Investigações
preliminares realizadas pelo Gaeco demonstraram que uma organização
criminosa utiliza-se de 53 empresas do ramo da construção civil, sendo a
maioria delas “fantasmas”, para se alternar em licitações públicas,
frustrando a competitividade e fraudando licitações voltadas à
realização de obras e serviços de engenharia. O montante de contratações
destas empresas aponta para irregularidades na ordem de R$ 200 milhões.
Levantamentos realizados
pelo Gaeco também demonstram que, em três anos (de 2011 a 2013), as 15
empresas mais utilizadas integrantes da organização criminosa foram
beneficiadas com contratos cujos valores ultrapassaram R$ 60 milhões e
com pagamentos já realizados que superaram R$ 45 milhões, conforme dados
obtidos junto ao TCE-PB.
Equipes de fiscalização
da CGU visitaram obras que estariam sendo realizadas pelas empresas
investigadas em seis municípios paraibanos e constataram indícios de que
as obras são executadas pelas próprias prefeituras, sendo as empresas
utilizadas apenas como “fachada” para encobrir o desvio de recursos
públicos.
Do Expresso PB
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