Sheherazade pensou que seria demitida; governo pressionou SBT
A jornalista Rachel Sheherazade comentou com colegas do SBT, logo
após reunião com a cúpula da emissora, ontem (14) à tarde, que pensou
que seria demitida. A jornalistas do SBT Brasil, ela afirmou que "saiu
barato" ter sido apenas censurada.
Logo após a reunião entre Sheherazade com José Roberto Maciel
(vice-presidente do SBT) e Marcelo Parada (diretor de jornalismo), o SBT
emitiu nota oficial comunicando que a jornalista e seu colega de
bancada, Joseval Peixoto, não irão mais emitir opiniões pessoais nos
telejornais da emissora. O SBT irá se manifestar apenas via editoriais,
quando achar necessário.
Na nota, o SBT afirmou que Sheherazade e Peixoto não farão mais
comentários para preservá-los "em razão do atual cenário criado
recentemente", mas o Notícias da TV apurou que a medida foi tomada sob
pressão do governo federal. Há duas semanas, Marcelo Parada se reuniu em
Brasília com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas
Traumann. Na ocasião, Traumann manifestou desconforto com os comentários
de Sheherazade. O ministro controla as verbas do governo federal, que
investe cerca de R$ 150 milhões em publicidade por ano no SBT.
Em entrevista ao Notícias da TV, ontem, por telefone, Rachel
Sheherazade afirmou que não acredita que tenha sido vítima de censura e
diz que continuará emitindo comentários por outros meios, como a
internet. Mais tarde, por e-mail, a jornalista reforçou sua
opinião: "Posso usar as redes sociais para continuar fazendo o que eu
fazia no horário nobre: colocar o dedo na ferida. Quando e se a emissora
quiser minhas opiniões, volto a falar".
O SBT não confirma que teve pressão do governo federal para cortar
os comentários de Rachel Sheherazade. A Secretaria de Comunicação Social
da Presidência da República não respondeu até o fechamento deste texto.
Noticias da TV
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