Presidente da UBAM quer o fim da reeleição até para o legislativo
“É
uma luta desigual competir numa eleição cujo adversário tem o Diário
Oficial nas mãos, podendo nomear e exonerar, inventar obras que nunca
seriam construídas, usar a máquina ...”
O
presidente de honra da União Brasileira de Municípios (UBAM), Leonardo
Santana, depois de participar de reunião na Sede do Partido Progressista
(PP), garantiu hoje em entrevista a imprensa, que defende o fim do
instituto da reeleição não só para presidente, governador e prefeito,
mas também para todos os cargos do legislativo.
Leonardo,
que foi convidado pelo presidente do PP, Enivaldo Ribeiro, para
concorrer a uma vaga de Deputado Federal, argumentou que a reeleição
fere princípios constitucionais que garantem a isonomia na participação
política do processo democrático de todos os brasileiros eleitores,
fazendo com que indivíduos se eternizem no poder, chegando a acumular
dez mandatos, sem oportunizar outros que poderiam ser muito mais
rentáveis para o país.
A
reeleição para cargos do Poder Executivo entrou em vigência no país em
1998, após a aprovação da emenda constitucional nº 16, de 4 de julho de
1997. Com a mudança, promovida durante o governo do então presidente
Fernando Henrique Cardoso, o político disputou e venceu o pleito de
outubro de 1998, tornando-se o terceiro presidente da República a se
reeleger no país, depois de Rodrigues Alves e Getúlio Vargas, e o
primeiro reeleito no chamado modelo americano, com dois mandatos
consecutivos.
“É
uma luta desigual competir numa eleição cujo adversário tem o Diário
Oficial nas mãos, podendo nomear e exonerar, inventar obras que nunca
seriam construídas, usar a máquina, além de possuir a chave que abre e
fecha os cofres do tesouro, sem falar nos gastos com publicidade
“institucional”, que serve apenas para enriquecer a campanha eleitoral
de candidatos patrocinados pelo dinheiro público”. Disse ele.
Leonardo
salientou que, com o fim da reeleição, o Brasil terá uma renovação
geral no seu quadro de detentores de cargos públicos em 10 anos, fazendo
com que a população tenha oportunidade de votar e ser votada, acabando
de vez o continuísmo político e o caos administrativo que reina em todos
os Estados e Municípios brasileiros.
Jornalista Joseana Karla
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