Racismo: Diretor jurídico teme que Grêmio sirva de 'bode expiatório
O temor ronda o Grêmio após a oficialização do
julgamento que colocará o clube no Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD) na próxima quarta-feira, por conta das ofensas
racistas de torcedores contra o goleiro santista Aranha. A possibilidade
de o clube servir de "bode expiatório", recebendo uma punição
severa por conta dos acontecimentos na Arena é algo que preocupa.
"O Grêmio é o clube certo (para uma punição severa),
pois é um clube que não é benquisto no STJD e servirá de bode
expiatório. Não queremos que medidas extremas sejam aplicadas. A pena
para injúria tem que ser pesada, mas é preciso analisar se o Grêmio tem
trabalhado para que isso acabe", destacou Gabriel Vieira, diretor
jurídico do clube, em entrevista à Rádio Gaúcha.
O julgamento da Terceira Comissão Disciplinar do STJD
poderá até eliminar o Grêmio da Copa do Brasil como punição, algo, na
visão do departamento jurídico tricolor, que dificilmente acontecerá.
Escapar de uma sanção administrativa ou logística - jogos com portões
fechados ou perda de mandos de campo até mesmo no Campeonato Brasileiro
-, no entanto, não será simples.
"A eliminação é a medida mais extrema e nunca
aconteceu no Brasil. Não tem registro de exclusão por injúria racial e
não creio que isso vá acontecer. O Grêmio será penalizado, com certeza,
mas o extremo não ocorrerá", destacou o advogado, antes de completar.
"Esse não é um caso extremo. É um ato de cinco
torcedores. O Grêmio fez medidas repressivas durante a partida e agiu
depois do jogo ajudando a delegacia de polícia a viabilizar um inquérito
policial. Que isso seja denunciado e as pessoas respondam ao processo",
emendou.
Terra
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