Senado aprova Lei ‘Carolina Dieckmann’ que tipifica crimes cibernéticos

Pela proposta, a invasão de “dispositivo informático”, conectado ou
não à internet, mediante violação indevida de mecanismo de segurança,
para obter, adulterar ou destruir dados e informações, instalar
vulnerabilidades ou obter vantagens indevidas será punida com prisão de
três meses a um ano, além de multa.
A mesma punição será aplicada a quem produz, distribui ou vende
programas de computador capazes de permitir a invasão de dispositivo.
Serão considerados agravantes os casos em que a ação resultar na
obtenção de informação sigilosa, comunicação eletrônica privada,
segredos comerciais ou industriais, controle remoto não autorizado do
computador invadido, ou atingir os chefes dos Poderes Executivo,
Legislativo ou Judiciário. Nesses casos, a pena poderá chegar a três
anos de prisão.
O projeto equipara cartões bancários, de débito e crédito, a
documentos particulares, para punir falsificações e clonagens. Isso
inclui não só computadores pessoais, mas também caixas eletrônicos e
máquinas de passar cartão.
Tirar do ar dará punição
A proposta também atualiza o Código Penal ao incluir no rol de crimes
a interrupção de serviço de informática, como a retirada do ar de
páginas na internet. As penas serão aplicadas em dobro se o crime
ocorrer durante situação de calamidade públicas. Hoje a legislação prevê
só a interrupção de serviços telegráficos, telefônicos ou de utilidade
pública.
— Hoje o sujeito tira do ar a página da Receita Federal e não é
punido. O mesmo acontece se te mandam um e-mail falso do banco para
pegar seus dados. Tudo isso está previsto no projeto — explicou o
relator, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que é líder do governo no
Senado.
Em um primeiro momento houve reação de senadores à votação dessa
proposta, já que há um capítulo inteiro do anteprojeto de reforma do
Código Penal, proposto por uma comissão de juristas, destinado a crimes
cibernéticos.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), no entanto, pediu
celeridade na votação do projeto e esses senadores foram convencidos,
com o argumento de que a reforma do Código Penal caminha a passos lentos
e havia urgência no tema. A Câmara deve votar na semana que vem a
proposta, que, se aprovada, seguirá para sanção da presidente Dilma
Rousseff.
O Globo
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