'Mari: O Ontem e o Hoje' - Leia a Coluna de Aline Matias

MARI: O ONTEM E O HOJE

Mari, cidade pacata, do interior da Paraíba, onde seus filhos brincavam pelas ruas sem medo, dormiam as portas abertas, com a certeza que nada lhes aconteceria, os únicos tiros que se escutavam, eram os das famosas “bombinhas”, eras assim Mari, conhecida como a terra do abacaxi, da mandioca. Teus habitantes questionam o porque de tal mudança radical, o porque de tanta violência, crimes bárbaros, teu nome é constante na mídia, como uma das cidades mais perigosas do nosso estado, quando se fala em Mari, eis motivo de chacota nas redes sociais, já não estas assediada por visitantes como antes. Onde esta o problema? De quem é a culpa? Seria do Estado? Por não ter estrutura suficiente para controlar tal situação? Ou seria de muitas famílias que a cada dia cresce desestruturadas? Essas são algumas das perguntas que não querem calar.

Acredito que tanto Estado quanto Família tem sua parcela de culpa, a família, não generalizando, por muitas vezes criam seus filhos num berço onde crianças nascem e crescem assistindo brigas, violências domesticas, o desrespeito entre seus genitores, pais que não tem pulso, não tem controle para com seus filhos, crianças que vão para a escola apenas para garantir seus “vencimentos” da Bolsa Família, e não para estudar, se qualificar para futuramente ser um profissional do bem. No meio de tantas adversidades nasce nas caladas da noite, no berço do tráfico, os malfeitores, frutos de uma má formação familiar.

Por outro lado, é nítido a culpa do nosso querido Estado, que a cada dia é mais lenitivo, que não esta preocupado em dar segurança e melhores condições de vida aos cidadãos, que não pensa no futuro dessas crianças que a cada dia se marginaliza. O Estado tem sua culpa sim, nessa má formação do cidadão, por não criar condições de trabalho e emprego, por não permitir que todos tenham oportunidades por igual, por não proporcionar um bom atendimento médico, educacional, dessa forma cria-se uma geração de homens e mulheres pauperizados, miseráveis, onde o único caminho que eles enxergam, é o caminho mais curto, mais largo, com mais facilidades de se ganhar dinheiro, onde o esforço que se faz, é comercializar drogas ilícitas e ceifar vidas.

Clamamos por dias melhores, por melhores condições de vida, mais trabalho para ocupar a mente de nossos jovens. Que o Estado capacite seus profissionais da justiça, para que eles possam fazer a justa justiça. “Que as famílias não comece em qualquer de repente, e nem terminem por falta de amor” (Pe. Zezinho). Que a nossa Mari volte ao sossego que todos esperam, e que seus cidadãos achem a PAZ, que esta dentro de si mesmo e espalhem para o mundo.

POR ALINE MATIAS

Colunista do Blog Mari Fuxico