Militantes invadem maior refinaria do Iraque
Militantes islâmicos invadiram a maior refinaria de petróleo do Iraque, após atacá-la com morteiros e metralhadoras.
Uma autoridade citada pela agência de notícias
Reuters disse que os militantes controlam agora 75% da refinaria Baiji,
210 km ao norte de Bagdá.
Forças do governo realizaram novos ataques aéreos contra os combatentes que avançam rumo à capital.
Confrontos também foram registrados na cidade de Ramadi, no oeste do país.
O governo luta para conter os militantes do grupo Estado Islâmico no
Iraque e no Levante (Isis, na sigla em inglês) e seus aliados sunitas, e
tenta fazê-los recuar nas províncias de Diyala e Salahuddin, após
combatentes terem tomado a segunda maior cidade do país, Mosul, na
semana passada.
Baiji é responsável por um quarto de toda a capacidade de refino do
país, destinada ao consumo doméstico de gasolina e combustível para
geradores de energia, disse uma autoridade à agência de notícias
Associated Press.
Militantes na província de Anbar, cuja capital é Ramadi, disseram ter
feito avanços, com diversas delegacias perto da cidade de Hit sendo
administradas agora por tribos dissidentes.
No norte do país, o governo iraquiano disse ter recapturado a
citadela da cidade estratégica de Tal Afar, tomada por militantes na
segunda-feira.
Centenas de pessoas morreram desde o início da ofensiva na semana
passada. Entre os mortos, acredita-se estarem soldados capturados e
executados a tiros por esquadrões liderados por integrantes do Isis.
Durante os confrontos na cidade de Baquba nesta semana, 44
prisioneiros morreram dentro de uma delegacia em circunstâncias ainda
não esclarecidas.
Discurso forte
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, foi à TV na
terça-feira e, ao lado de líderes sunitas e curdos, fez um pedido por
união nacional diante do avanço dos militantes. Eles exigiram que grupos
abandonem suas armas.
Com áreas xiitas na capital sofrendo bombardeios quase diários,
correspondentes dizem que moradores de Bagdá desenvolveram uma
mentalidade de guerra.
Muitos estão estocando itens essenciais, como alimentos, disseram
correspondentes, o que elevou fortemente os preços dos produtos.
Braço da Al-Qaeda
O Isis cresceu como uma organização ligada à Al-Qaeda no Iraque.
A organização explora o impasse entre o governo iraquiano e a minoria
sunita, que acusa Maliki, um xiita, de monopolizar o poder.
O Isis é liderado por Abu Bakr al-Baghdadi, uma figura obscura conhecida como um comandante de campo e líder tático.
Reação internacional
A escalada na crise no Iraque tem preocupado os países vizinhos. O
presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que Teerã não "vai medir
esforços" para defender locais sagrados xiitas no Iraque contra
"mercenários, assassinos e terroristas".
A Turquia disse estar investigando relatos de que 15 turcos foram
sequestrados pelo Isis na terça-feira. Outros 80 turcos haviam sido
capturados em Mosul na semana passada.
Já o ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Saud bin
Faisal, alertou que o Iraque enfrenta o risco de uma guerra civil.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deverá detalhar a
situação no Iraque a líderes do Congresso e, na Grã-Bretanha, o
primeiro-ministro, David Cameron, deverá se reunir com seus principais
assessores de segurança para discutir o assunto.
BBC
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