Campina Grande tem 962 terrenos baldios
Locais se
transformam em lixões a céu aberto e ponto de encontro de traficantes,
prejudicando a população que reside no entorno.
Campina Grande tem 962 terrenos baldios,
todos particulares, de acordo com levantamento da Secretaria de Serviços
Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma). Os locais se transformam em lixões a
céu aberto e ponto de encontro de traficantes, prejudicando a população
que reside no entorno. A Sesuma diz que faz a limpeza periódica e está
tentando levantar os nomes dos proprietários para cobrar que os espaços
sejam murados.
O secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Geraldo Nobre,
informou que os terrenos baldios representam um dos principais problemas
na coleta de lixo da cidade. Segundo ele, a prefeitura realiza limpeza
periódica destes locais, com auxílio de 12 caminhões caçamba, mas o lixo
volta a se acumular novamente em pouco tempo. “Metade do lixo que segue
para Puxinanã é coletada nestes terrenos, que são particulares. Nós
fazemos a limpeza diariamente, mas como a quantidade é muito grande na
cidade, não tem como a gente limpar todos eles todos os dias”, disse.
Nobre reforçou que o grande desafio é fazer o reconhecimento dos
proprietários. “Há um ano e seis meses tentamos identificar todos estes
proprietários, mas é um trabalho muito difícil, porque os donos negociam
estes terrenos, que muitas vezes estão sendo disputados por herdeiros
que não fizeram a partilha, não repassaram a documentação. Após a
identificação, a prefeitura irá notificar os proprietários para que eles
cerquem os terrenos com muros e façam a limpeza periódica do local.
Daremos prazo de 90 dias a partir da notificação, sob pena de multa
que pode variar entre uma e 100 unidades fiscais (R$ 37 a R$ 4 mil)”,
frisou.
Para quem joga o lixo nos terrenos, conforme o secretário, também há
multa, que varia de 35 a 100 unidades fiscais. “Se houver reincidência, a
multa é duplicada, a partir da primeira autuação. Mas esta fiscalização
também é difícil. Trabalhamos com base nas denúncias que recebemos para
conseguir flagrar aquela pessoa jogando o lixo em local ilícito”,
acrescentou.
LOCAIS ESTÃO SENDO USADOS PARA CRIMES
Os terrenos abandonados também estão se transformando em ponto de
encontro para usuários de drogas e traficantes, e palco de crimes
brutais, como o que vitimou no último sábado a jovem Jussara Paulino da
Silva, 22 anos, que foi estuprada e teve o corpo esquartejado e
carbonizado após ser assassinada em um terreno baldio, que tem uma
construção em ruínas coberta por entulho e mato, e está localizado na
Rua João Medeiros, no bairro Monte Santo.
Os moradores da rua convivem com o medo dos criminosos que, segundo
eles, dominam o local durante a noite. “Junta mais de 20 aí dentro desse
matagal de noite, usando drogas, traficando, fazendo tudo que não
presta. Um perigo enorme, principalmente pra quem chega tarde do
trabalho. Muita gente já foi roubada, ameaçada por esse pessoal. Isso já
dura muitos anos. Não vejo policiamento por aqui nunca”, relatou uma
dona de casa que reside no local e, com medo, pediu para não ser
identificada.
Segundo o subcomandante do 2° Batalhão de Polícia Militar (BPM),
major Gilberto Felipe da Silva, a PM realiza rondas constantes nestes
locais, com focos naqueles pontos considerados mais críticos. “Não só
nos terrenos baldios, os policiais entram nos prédios abandonados. As
rondas são feitas diariamente. Este terreno do Monte Santo consta em
nosso organograma. Mas vamos averiguar se está acontecendo negligência
na vigilância para corrigir o problema, porque a nossa orientação é
inclusive para priorizar as buscas em terrenos com matagal”, reforçou.
Fernanda Moura/JPB
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