Comandante e sargento da PM de Bayeux têm morte encomendada por criminoso, diz polícia
O comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar de Bayeux, capitão
Kelton Pontes, revelou neste sábado (15), que um suspeito de praticar
diversos crimes na cidade teria encomendado o seu assassinato e de um
sargento da mesma companhia. De acordo com o policial, em escutas
telefônicas, autorizadas pela polícia, o criminoso negociou com um
comparsa do Rio Grande do Norte a compra de uma submetralhadora.
“Nas
gravações também fica comprovada a contratação de dois homens do estado
vizinho para executar o crime”, contou capitão Kelton. Segundo ele, o
bandido estaria “revoltado” com a prisão do seu pai, efetuada pelo
comandante e pelo sargento na semana passada.
“Na
segunda-feira passada houve um homicídio em Bayeux, na frente de um
bar, no bairro de Jardim São Severino, ao meio dia. Nós ficamos sabemos
quem seria o autor do homicídio e na terça-feira tivemos uma informação
de onde ele estava, mas ele conseguiu evadir. Pouco tempo depois chegou
ao local, para tomar satisfações, o pai desse indivíduo, um soldado
reformado do Corpo de Bombeiros. O pai estava de posse irregular de uma
arma e foi dado voz de prisão. Esse criminoso já vem sendo monitorado e
ficou revoltado com a prisão do pai. Em escutas telefônicas ficamos
sabendo que ele estava querendo adquirir um fuzil do Rio Grande do
Norte. Soubemos dessa intenção e depois que ele estava conseguindo uma
submetralhadora e duas pessoas para matar a mim e o sargento
Barlavento”, contou.
O
policial afirmou que não tem medo de morrer, mas que fica decepcionado
com a inversão de valores da sociedade. “Sinceramente eu não tenho medo,
o que a gente fica é com raiva e decepcionado com a inversão de valores
que tem no nosso país. A gente passa a ser mais um número para eles
[criminosos]. Um homicídio a mais não faz diferença para eles, mas se a
gente tirar a vida de um elemento desse a sociedade se vira contra a
polícia. De pronto esse agente é afastado das funções e condenado pela
sociedade”, desabafou.
Além de ter que conviver com a ameaça de morte, o capitão desabafou que o
trabalho da polícia “está muito difícil”, pois dos cinco homicídios
ocorridos nos últimos 15 dias em Bayeux, quatro foram “ordenados de
dentro de presídios da Paraíba”.
Ele
revelou também que a polícia tem a informação de outras ordens de
assassinatos feitas por presidiários. “Temos a informação que pode
ocorrer outros dois homicídios com ordem de presídio, um no Maguinhos e
um no Mário Andreazza. Uma das vítimas já foi avisada e decidiu
continuar no local. Como vou garantir a vida dele 24 horas podia, sete
dias por semana?”, questionou.
O
capitão Kelton Pontes afirmou que a Secretaria de Segurança do Estado e
comando geral da Polícia Militar estão colaborando com as investigações
para prender o suspeito que teria encomendado sua morte e do sargento.
“O secretário tem prestado proteção, mas nem ele, nem ninguém podem
garantir nossa vida”.
Portal Correio
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