Mortes de funkeiros famosos continuam impunes até cinco anos após os crimes
Os
assassinatos dos MC’s Careca, Daleste, Duda do Marapé, Felipe Boladão e
Vitinho têm em comum mais do que a brutalidade contra funkeiros que
arrastavam legiões de fãs para seus shows. Em nenhum dos casos as
investigações policiais foram concluídas — não há sequer um suspeito
preso.
Daniel Pellegrino, mais conhecido como
MC Daleste, morreu depois de levar um tiro durante um show que fazia em
uma quermesse no bairro de São Marcos, em Campinas, em seis de julho de
2013.
Na noite da morte de Daleste, a polícia
chegou tarde à cena do crime, o que dificultou a identificação de
suspeitos. No início das investigações, chegou-se a suspeitar de que o
funkeiro havia sido vítima da vingança de um traficante. Mas a hipótese
nunca foi confirmada.
MC Careca, que fora dos palcos
trabalhava como cabeleireiro, escrevia canções que exaltavam facções
criminosas e provocavam a Polícia Militar. Isso levou à suspeita de que
algum policial estivesse envolvido com o crime.
Em abril de 2010, MC Felipe Boladão e MC
Felipe da Praia Grande iam até Guarulhos para fazer um show e foram
baleados enquanto aguardavam uma carona. Os jovens chegaram a ser
socorridos, mas não resistiram aos ferimentos.
Na música Um anjo me disse,
Felipe Boladão, diz: “Não consigo entender, porque que Deus quis assim,
um anjo me disse e até tentou me avisar, que a morte não manda recado, é
um ar de veneno leva sem avisar”.
Eduardo Antônio Lara, mais conhecido
como Duda do Marapé (foto), foi baleado em 2011 embaixo do viaduto do
Valongo, região conhecida como “A cracolândia de Santos”, no litoral de
São Paulo.
Os nove tiros que atingiram o funkeiro
foram disparados por dois homens que estavam em cima de uma moto. A
pistola dos criminosos era uma .40, calibre usado por policiais
militares.
Já MC Vitor CQ, de 22 anos, morreu na
última quinta-feira (21), no Guarujá, também no litoral, após ter
iniciado uma troca de tiros com policiais militares.
Segundo testemunhas, MC Vitor CQ,
implorou para não morrer. Ele era conhecido pelas letras que faziam
apologia ao crime e ao consumo de drogas.
O comentarista da TV Record Renato
Lombardi atribui a lentidão nas investigações a falhas da polícia. Ele
lembra que “cada dia que passa, é uma prova que se vai”.
— A PM trabalhou mal. Não existe crime perfeito, e sim, mal investigado.
Segundo o jornalista, a polícia deveria criar grupos especiais
juntamente ao Ministério Público para averiguar melhor os casos de
assassinatos.
Da Redação Com R7
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