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JP ganha ONG que ensina música clássica a crianças carentes
sexta-feira, 28 de agosto de 2015 Posted by Silvano Silva ✔


JP ganha ONG que ensina música clássica a crianças carentes

 A música clássica como instrumento de promoção da cidadania. É com esse foco que a Ação Social pela Música do Brasil (ASMB) chegou à Capital paraibana, mais precisamente ao bairro Alto do Mateus. Iniciativa de ONG homônima, o projeto ganhou o apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio de sua Fundação Cultural (Funjope), e patrocínio da Petrobras para expandir seu propósito de “fazer da arte um instrumento de paz”. O lançamento oficial, realizado na tarde desta quinta-feira (27), contou com a presença do prefeito Luciano Cartaxo.

“Nossa cidade tem vocação para a música erudita, e nós investimos nisso com a criação do Festival Internacional de Música Clássica. Hoje temos a oportunidade de apoiar uma iniciativa que leva esse universo para as crianças carentes, envolvendo-as no espírito da arte. Isso dialoga com toda uma política de nossa gestão, de promover a cidadania e combater as drogas e a violência por meio da cultura e do esporte”, afirmou o prefeito. Em João Pessoa, o projeto está sendo aplicado no Centro de Formação Diácono João Batista, localizado na Rua Padre João Félix, no Alto do Mateus. De acordo com a presidente nacional do projeto, Fiorella Solares, é uma alegria ver a iniciativa chegar ao Nordeste pela primeira vez. “É um sonho que se torna realidade. Nosso projeto já foi instalado em cinco continentes, tem outros nove núcleos no Brasil, mas nunca havia chegado à região Nordeste. Estamos felizes pelo fato de a Prefeitura de João Pessoa ter aberto esta porta. Aqui temos instrumentos, maestros, músicos e crianças dispostas a abraçarem a arte: uma fórmula que só pode dar certo”, declarou Fiorella. Atividade complementar - As aulas já acontecem há dois meses e estão dando a 80 crianças e adolescentes a oportunidade de aprender instrumentos de corda (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), num sistema de jornada complementar à escolar. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, e os garotos ainda assistem a aulas de reforço de Português e Matemática.

Para incentivar a participação e garantir a presença em sala de aula, o projeto também oferece lanches e cestas básicas mensais, que são condicionadas a frequência mínima de 90% às aulas escolares.

A nova rotina, apesar de recente, já mudou a vida das crianças e dos pais. Jeniffer Leal, de 29, é mãe de Maria Luiza, de nove anos, e já nota mudanças no comportamento da filha. “Ela está muito mais disciplinada depois do projeto, melhorou muito em casa. Nunca tinha visto ela se dedicar tanto há algo, mas depois que teve contato com a música ficou fascinada. Não quer faltar um dia”, contou.

O fato de estarem tocando música clássica ainda surpreende os próprios alunos. José Neto, de 11 anos, contou que tocava violão, mas que nunca achou que poderia tocar em uma orquestra. “Eu via vídeos e achava os movimentos muito rápidos seguindo o maestro, não entendia nada. Mas aqui comecei a ter noção e já toco algumas músicas no violoncelo. Quero estudar bastante e ser um grande músico”, afirmou.

A carreira musical também entrou nos planos de Karolyne Ketyllen, de 16 anos. “Eu nunca tinha tido nenhum contato com a música, mas minha irmã entrou no projeto e eu me interessei. Sempre achei a música clássica muito bonita, mas não sabia se ia ser capaz de tocar. Hoje isso é tudo na minha vida”, contou a adolescente, que está aprendendo a tocar violino.

História – A Ação Social pela Música do Brasil nasceu há 21 anos, fruto da ideia do maestro David Machado, que morreu precocemente aos 57 anos. Em 1994, Machado havia fundado a ONG Ação Social pela Música, com a proposta de democratizar a música erudita no Rio de Janeiro. Ele se inspirou no programa de orientação musical venezuelano El Sistema, que formou mais de 300 mil instrumentistas ao redor do mundo.

Desde a sua morte, em decorrência de complicações de uma cirurgia cardíaca, o projeto tem sido tocado pela viúva, a violoncelista Fiorella Solares. A partir daí, diversos núcleos foram criados, sendo cinco só na Capital carioca (nos morros do Chapéu Mangueira, Dona Marta, Complexo do Alemão, Macacos e Cidade de Deus), Petrópolis e Piraí (RJ), e Ji-Paraná (RO).


A ONG transformou-se rapidamente no maior projeto social de música clássica da cidade do Rio, levando educação a quase mil crianças e adolescentes, a maioria de comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O projeto é homologado pela Organização das Nações Unidas, por meio da Unicef.

O secretário executivo da Fundação Cultural de João Pessoa, Maurício Burity, destacou o envolvimento da gestão na implantação da iniciativa. “Este é um projeto que busca levar mais cidadania para áreas de grande vulnerabilidade social e temos a certeza que será implantado com muito sucesso”, declarou.


Secom-JP

Silvano Silva ✔

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